Diversos nomes de fundadores do arraial de "São Francisco do Tijuco" têm sido lembrados pelas narrativas, mas na escritura de doação do patrimônio territorial que se acha no cartório de notas de Jacuí, antiga comarca, figuram o nome de três doadores.
Os proprietários das posses, denominados "posseiros", eram os primeiros aventureiros que se embrenhavam pelos sertões a procura de ouro. Instalavam-se eles no s sítios próximos dos filões auríferos, cultivavam as terras e criavam o gado.
Mas se considerarmos que São Carlos do Jacuí foi um centro de mineração, não se torna absurda a hipótese de que os primeiros mineiros que demandaram dos filões de São Carlos tenham se dispersado pelos lugares circunvizinhos, num trabalho de reconhecimento da região.
Teriam sido então surpreendidos pela beleza do panorama deste lugar, que é realmente deslumbrante no seu conjunto harmonioso de imagens e cores: serras, montanhas, taboleiros, colinas, montes, planícies, vales, horizontes extensos, tudo numa visão de conjunto capaz de despertar a atenção de quem o contempla pela primeira vez.
Não só a beleza o panorama, mas também a amenidade do clima e a fertilidade das terras teriam fixado aqui os primeiros sertanistas.
O atual distrito de Monte Santo fazia parte de então Fazenda "Três Posses", pertencentes aos três posseiros seguintes: João Ferreira da Costa, da qual descende a família Paulino da Costa; Inácio Alves de Lima, da qual descende a família Alves e José Ferreira, da qual descende a família Vieira. A escritura dessa doação foi passada em Jacuí, no cartório do tabelião José Ribeiro. A tradição oral apresenta como doador do patrimônio territorial o nome de Valentim Leal Alemão, antigo morador do arraial, mas a doação, bem como a divisão da Fazenda "Três Posses", julgada em Jacuí, em 1844, pelo então juiz municipal daquela comarca, Dr. Vicente Carvalhaes, evidenciam que as posses de Leal Alemão não atingiam o patrimônio, mas faziam limites com ele. Elas abrangiam todo o declive que hoje conhecemos pelo nome de "Buracão", extendendo-se até às divisas do Estado de São Paulo. Ressalvando a possibilidade de melhores fonte históricas, não resta a menor dúvida de que os verdadeiros fundadores do arraial de 'são Francisco do Tijuco" foram os três posseiros acima mencionados, os quais doaram as terras para a fundação do arraial.
Topografia e Acidente Geográfico
É realmente imponente a paisagem descortinada em torno de Monte Santo. Situado sobre um planalto de magestosa amplitude, a 890 metros acima do nível do mar, a cidade recebe em cheio, como uma dádiva dos céus, o ar puro, miraculoso da montanha. Em todas as direções se avistam extensões de terras lavradas, verdes e fecundas, onde pasta o gadomanso e a árvore do café viceja numa eterna eclusão. As estradas caprichosamente talhadas, serpeiam montes e vales, levando para além e trazendo com o mesmo entusiasmo, o intercâmbio industrial e comercial, o sopro civilizador que aqui é uma realidade.
O município é cortado pelas seguintes ramificações e contrafortes da mantiqueira: Serra do "Jambeiros", Morro "Dois Irmãos", Serra da "Montanha", Serra da "Onça", Serra do "Taquaral", Serra do "Guaratan". Atravessam-no os seguintes cursos d'água: o rio "Pinheirinho", que nasce nos limites do município de Jacuí, percorre o município e serve de limite como município de Itamoji e forma a jusante, o rio Sapucaí, afluente do Rio Grande; ribeirão da "Onça", que serve de limite com Guaranésia e deságua no rio "Canoas". Nas encostas da cidade nascem os córregos do "Engenho" e das "Pedras", os quais formam o ribeirão "Macaúbas", afluente do rio "Areias", divisa do município de Cajuru.
Clima
Monte Santo tem o tipo de clima semi-úmido de altitude.
Localizado nas divisas meridionais de Minas Gerais com o Estado de São Paulo, o município tem o seu ciclo das águas como consequência ao ritmo das regiões favorecidas pelas mata e rios, pois existem ainda em seu solo reservas florestais, grandes matas virgens, e a cidade com as peculiaridades que lhe são próprias participa das condições climatéricas mais próximas do Vale do Rio Grande. Durante os meses estivais caem chuvas regulares, extensas e demoradas cuja água de infiltração é suficiente para bastar aos vegetais durante os meses de estiagem. Na ocasião das águas os ventos predominantes não faltam, são constantes e o sol se mostra quase sempre descoberto, claro e radiante, incidindo os seus raios caloríficos sobre uma vasta superfície de evaporação o que produz as mutações do tempo para chuvas e estiagens benéficas à lavoura. A população não padece de temperaturas extremas, pois as estações se sucedem tão benignamente que o organismo mais sensível jamais se ressentirá dos seus efeitos.